Kelly

Há desportos que cativam pela intensidade, espírito de grupo, espírito competitivo e de sacrifício, pela sua agressividade, pela margem de erro, pela força, pela velocidade, coragem, ou pela forma destemida como os atletas encaram o desporto. Há outros que são mais do que isso. Transformam-se num modo de vida. O Surf é um deles. Colado, muitas vezes, a uma imagem estereotipada, de desprendimento e ócio perante outros aspectos igualmente importantes da vida ou, por vezes, uma ignonância inquase infantil na visão do mundo, o Surf conquistou um estatuto na alta competição que merece uma perspectiva diferente. Continuando a ser alimentado por um público mais especifico, o panorama de hoje é diferente, a prática é mais abrangente, fazendo parte da sociedade de consumo onde o "negócio" puro e duro confunde-se com a liberdade espiritual, a consciência ecológica e o amor pela natureza. Ainda assim, numa análise distante de quem não é praticante, acredito que estes últimos continuam a fazer parte daqueles que, de facto, são Surfistas. E não obstante isso, conseguem encarar o desporto como uma competição, como uma arte para presentear os outros. Foi o que este senhor, um dos melhores desportistas de todos os tempos, fez pela 10ª vez. Desta vez em Porto Rico. De tirar o chapéu.