domingo, 9 de novembro de 2008

W.


Contrariamente à critica que se generalizou à volta deste filme, em que, segundo estes, Oliver Stone ter-se-à cingido à realização de um filme biográfico sobre George W. Bush, parece-me que a intenção em ridicularizar o Presidente e a sua Equipa (Colin Power, Dick Cheney, Donald Rumsfeld e Condoleezza Rice) está sempre presente. Todavia, há claramente uma intenção em fazê-lo de forma real, não caindo na facilidade e irresponsabilidade de exagerar e manipular a verdade. Desde as excentricidades juvenis, a forma como W. tenta dissimula-las, o permanente conflito com o Pai (resultado da preferência deste pelo outro filho), à forma infantil como lida com as derrotas ou com aqueles que os rodeia e a psicotica preocupação sobre aquilo que os outros poderão pensar de si. O filme retrata um Bush inconsequente, um bobo que governou o mundo e se deixou levar por ideais imperialistas. O verdadeiro problema é que Bush, apesar de não ser um ser maquiavélico, é um texano básico, com uma razoável capacidade de apelar aos movimentos populares e que governa o mundo de uma forma primariamente irresponsável (a ultima cena em que se tenta responsabilizar alguém pelas informações de que havia "armas de destruição maciça" no Iraque é assustadora). Este filme não tem o nervo de outros filmes de Stone ("JFK", "Platton" ou "Nascido a 4 de Julho") mas não deixa de ter o seu impacto no actual contexto politico norte-americano, e consequentemente, no resto do mundo...


Uma palavra para Josh Brolin ("Este País não é para Velhos", "American Gangster" ou "No vale de Elah"), uma interpretação notavel.


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