Com uma consciência peculiar sobre a ruindade de uma sociedade atroz e cruel, Clint Estwood vem mais uma vez retratar este lado humano mais negro, tal como tinha feito em "Mystic River", "Million Dollar Baby" ou numa perspectiva colectiva, "Letters from Iwo Jima". Esta história parte de um caso verídico, em que Christine Collins (a melhor interpretação de Angelina Jolie) sofre pelo desaparecimento do filho numa amena tarde de Sábado nos subúrbios de Los Angeles. Por via da mescla de corrupção que envolve a Policia, o sistema judicial e a própria Câmara, Collins é obrigada a provar que o suposto filho encontrado 4 meses depois não é o seu filho. Mergulhada numa crise de imagem, a LAPD impõe este "outro filho" como sendo seu, a fim de transmitir uma imagem de competência e eficácia perante os media e os cidadãos. Com o fundamental apoio do reverendo Gustav (John Malkovich) Christine Collins vai travar uma luta contra um sistema poderosíssimo na tentativa de provar o lapso e procurar o verdadeiro filho. Através de um espantoso trabalho de fotografia (cenários e cores) e num ritmo sóbrio e equilibrado, a mensagem é habilmente transmitida. A emoção ganha força e conquista o espectador. Candidato a estatueta, na certa.
Não acredito que não tenha havido mãe a chegar a casa e a abraçar o seu petiz como se não houvesse amanhã. Foi o que eu fiz. Ou faria.
p.s. O "velho" ainda vai estrear outro este ano: "Gran Torino".
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