O Absurdo, o superficial, a mentira, encontros e desencontros, um filme sobre temas simples que reflectem uma realidade de uma sociedade norte-americana cada vez mais fútil, psicótica, centrada na sua imagem e na alimentação do ego, desprezando valores como a fidelidade matrimonial, a amizade ou o equilíbrio profissional. Os irmãos Cohen fazem-no através de um enredo original e repleto de bizarras coincidências, desenvolvido por uma série de personagens, cada uma imbecil à sua maneira. Temos o extraordinário John Malkovich, um ex.agente da CIA, rude e com o sangue na guelra, com uma forte inclinação para o álcool que, despedido, prefere (tal como outros tantos) assumir que se despediu para escrever as suas memórias. Tilda Swinton, sua esposa, é a cordial, fria e implacável pediatra (?!), que de forma traiçoeira, usurpa os bens do casal, depois de solicitar o divorcio a fim de juntar-se com o seu amante, George Clonney. Este, igualmente casado, é um administrativo das finanças, que dorme com todas as mulheres que pode. Uma dessas mulheres é Frances McDormand, que, sentindo uma pesada solidão, e vivendo uma espécie de crise da menopausa, recorre a sites para potenciais relações. Vive psicoticamente triste não encontrando forma de financiar as tão desejadas cirurgias estéticas que vão permitir ajustar a sua imagem, fundamental para quem trabalha num Ginásio. Vai tentar fazê-lo com o seu colega de trabalho, o oco e estúpido Brad Pritt (outros papel deliciosamente bem interpretado), quando encontram informação supostamente confidencial, pertencente ao ex-agente da CIA, numa inocente e patética acção de chantagem.
Trata-se, assim, de uma sátira às cruéis relações humanas, um hino à estupidez, com interpretações de um nível elevadíssimo. Não sendo extraordinário, vale muito a pena.
Trata-se, assim, de uma sátira às cruéis relações humanas, um hino à estupidez, com interpretações de um nível elevadíssimo. Não sendo extraordinário, vale muito a pena.
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